"Robert Venturi tem sido descrito como um dos mais talentos e originais nomes da arquitetura contemporânea. Ele também foi considerado o homem que salvou a arquitetura moderna de si mesma. [...] Como poucos ganhadores do Prêmio Pritzker ele é muito mais que um arquiteto, mas também um escritor, um professor, um artista e um filósofo."

(Trecho do texto de presentação de Robert Venturi no site oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura)

 

 

 

Robert Venturi nasceu em 25 de junho de 1925, na Filadélfia, filho de Robert Venturi e Vanna Luizi Venturi, família pertencente a comunidade cristã dos "Quakers" (cristão ingleses, formados no século XVI que se espalharam pelas colônias ingleas, como E.U.A e Austrália).

 

A família de Venturi sempre foi preocupada com a formação de seus filhos e por conta disso, Robert freqüentou a escola na Academia Episcopal de Merion, no estado da Pennsylvania. Após os estudos, ele ingressou na Princeton University em 1947, onde seu talento logo fez-se notar. Na graduação ele ganhou o Prêmio D'Amato em Arquitetura.

 

Ele se formou na Princeton em 1950. Em 1951, ele trabalhou brevemente para Louis Kahn na Filadélfia. Ele foi agraciado com o Prêmio "Roma Fellowship" da Academia Americana de Artes em Roma em 1954, e seguiu para a "cidade eterna", onde estudou e viajou pela Europa por dois anos conhecendo os mais diversos locais de interesse arquitetônico.

 

De 1954 a 1965, ocupou cargos de ensino na Universidade da Pensilvânia, onde atuou como assistente de ensino de Louis Kahn, entretanto, mais tarde tornaria-se professor associado.

 

Foi nesta universidade que em 1960, que ele conheceu sua colega de trabalho, a arquiteta e urbanista Denise Scott Brown. Ambos se casaram e firmaram uma parceria na vida pessoal e profissional que se perpetua.

 

Em 1966 ele lança seu mais famoso e polêmico livro, o mundialmente conhecido "Complexidade e Contradição em Arquitetura". O livro é considerado um marco na Teoria e História da Arquitetura. Alguns consideram um dos textos mais importantes produzidos no século XX, ao lado do manifesto "Por uma Arquitetura Moderna", de Le Corbusier, escrito quase 50 anos antes. Este livro foi traduzido para mais de 20 idiomas e é um marco no que se convencionou a chamar de "Arquitetura Pós-Moderna'.

 

O livro argumentava que a complexidade da vida contemporânea não admitia projetos simplificados e que os arquitetos precisavam voltar-se para projetos multifuncionais. O centro de seu argumento, contudo, era que a arquitetura deveria transmitir significado. Quanto a esse aspecto, seus exemplos de arquitetura expressiva vinham em sua maioria da Itália entre 1400 e 1750, estendidos à França e Inglaterra do século XVIII, ladeados pelos primeiros projetos de Le Corbusier, outros do nórdico Alvar Aalto, além do mestre Louis Kahn.

 

Esse aspecto é levado às últimas conseqüências em outro livro, chamado "Aprendendo com Las Vegas". O autor, juntamente com sua esposa Denise Scott Brown e seu colaborador, o teórico urbanista Steven Izenour, estendem as questões relativas a arquitetura à chamada cultura de massa. O argumento central era que arquitetos poderiam aprender muito com o estudo das paisagens populares e comerciais, mais do que com a perseguição de ideais doutrinários, teóricos e abstratos.

 

Com o casal Venturi e Scott Brown, as portas do pós-modernismo na arquitetura estavam aberta, pois o último Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM) havia sido realizado em 1959, em um ambiente com diversos textos e teses inscritas com severas críticas e auto-avaliações ao modernismo.

 

Foi neste período de grande debate teórico que Robert Venturi cunhou o termo "less is a bore" (em português algo como 'menos é uma chatice'), sentença irônica para contradizer a famosa frase de Mies van der Rohe que dizia "less is more" (menos é mais), que foi durante décadas um dos cânons do modernismo.

 

Venturi é autor de inúmeros artigos acadêmicos sobre arquitetura, urbanismo, arte, simbologia, paisagismo, história da arquitetura e reflexões sociais, além de também ser autor de vários livros, sendo a maioria escrito em conjunto com Denise. Também é com a esposa que assina diversos de seus projetos.

 

Em 1991, Venturi foi laureado com o Prêmio Pritzker de Arquitetura, a mais famosa premiação do mundo. Uma campanha internacional existe desde 2013 para que Denise seja reconhecida como co-ganhadora do prêmio. Diversos arquitetos do mundo, estudantes, intelectuais e outros famosos aderiram à campanha, além, claro, do próprio Venturi.

 

Venturi ensinou mais tarde na Yale School of Architecture e foi professor visitante, juntamente com Denise em 2003 na Graduate School of Design da Universidade de Harvard.

 

Atualmente eles possuem um escritório de Arquitetura, o VSB VentureScottBrown, que contém todas as obras projetadas pelo casal, além de seus livros e também artigos.
 

 - Referencias:

 

- GLANCEY, Jonathan. Guia Ilustrado de Arquitetura. Trad. Laura Alves e Aurélio Rebello. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

 

-RUBINO, Silvana Barbosa. Quando o pós-modernismo era uma provocação. in Vitruvius - Arquitextos 020.01 ano em 02, ago. 2003. Disponível em http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/02.020/3207. Acesso em 11 de janeiro de 2016.

 

- Rory Stott. "Spotlight: Robert Venturi and Denise Scott Brown" 25 Jun 2015. ArchDaily. Accessed 12 Jan 2016. <http://www.archdaily.com/769194/spotlight-robert-venturi-and-denise-scott-brown/>

 

- Stott, Rory. "Em foco: Robert Venturi" [Happy 88th Birthday Robert Venturi] 25 Jun 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Joanna Helm) Acessado 12 Jan 2016. <http://www.archdaily.com.br/122663/feliz-aniversario-robert-venturi>

 

- SITE OFICIAL DO ARQUITETO: venturiscottbrown.org/

 

- PRITZKER, Architecture Prize. Robert Venturi. Disponivel em http://www.pritzkerprize.com/1991/bio. Acesso em 11 de janeiro de 2016